sábado, 30 de janeiro de 2010

Maraú estará preparada?























Sou do Rio, com paixão em vida marinha e foto subaquática, e tive o prazer de conhecer mais esta maravilha do nosso litoral que é a Península de Maraú e a Baía de Camamu em 2007, e venho anualmente acompanhando a vida marinha nas bancadas de corais visitadas por turistas.

Um patrimônio ambiental riquíssimo em vistas da tsunami do progresso desordenado com a chegada do asfalto.
Estará preparada para tantos interesses e caçadores de riquezas fáceis em troca do consumo do meio ambiente e destruição deste patrimônio?

Na verdade, todos os locais de beleza natural do Brasil não estavam preparados quando isto aconteceu, e as perdas, desordem e destruição foram irrecuperáveis. Inúmeros forasteiros da fortuna se apropriaram do que era natural e de todos, e hoje contabilizam fortunas.
Os habitantes nativos e a natureza ficaram com a subsistência, desordem e a destruição.
Infelizmente neste país da desordem é assim que acontece...
Pior, que muitos dos causadores, pertencem aos poderes administrativos, que além do exemplo, deveriam ser os responsáveis pela preservação e ordenamento deste patrimônio.

Fora os transtornos de superfície iminente, a vida marinha agoniza. Em fotos e mergulhos feitos nas bancadas de Taipús de Fora por três anos, em diversos horários e com fotos na mesma época do ano, pude constatar uma redução acima do normal do número de espécies, tanto em quantidade, quanto na diversidade.

O aporte de visitantes em números crescentes e de forma desordenada, em tão pouco tempo, transforma um riquíssimo e delicado ambiente num futuro árido sem vida. Fora a caça, captura e pesca indevida e desnecessária feita por forasteiros.
Um Parque ou APA de papel sem os devidos cuidados e estudos.
Um centro de educação ambiental e vida marinha desprezado.
Nenhuma consciência se forma a cada visita, mas os restos da desordem, lixo humano e despreparo educacional, ficam para sempre.
Vide a quantidade absurda de moscas na superfície como demonstração visível de insalubridade humana.

Desde Copacabana, Santos, Guarujá, e tantas outras maravilhas hoje com vida marinha perdida para sempre e muitos dias de águas impróprias, o Brasil não aprendeu a cuidar de seus recursos.
Imensas fortunas individuais se formaram com a destruição de um todo que deveria pertencer a todos.
Maraú merecia um destino melhor, mas, sinceramente, não acredito que assim seja.
A ferocidade do progresso de consumo, consome gente, natureza e dignidade. Alguns enriquecem e todos perdem.

Infelizmente as soluções deste País como um todo, estão nos Poderes; mas estes estão envelhecidos, corruptos e impunes demais para pensarem num bem comum, a não ser o bem individual que as regalias do Poder oferecem.

Espero, no meu egoísmo, ainda poder desfrutar desta maravilha natural ainda alguns poucos anos, e que meu pessimismo ou realismo, não se concretize.


Heraldo Feijó de Carvalho

2 comentários:

Tomás Chiaverini disse...

Durante a noite, pescadores lançam tarrafa nas piscinas de Taipus

No dia 28 de janeiro de 2010, pouco depois das 19h, fui fazer um mergulho noturno na praia de Taipus de Fora. Estava acompanhado por mais três pessoas, uma delas proprietária de pousada em Barra Grande.
Quando chegamos à praia, apenas com a luminosidade da lua cheia percebemos que havia uma pequena aglomeração de oito ou dez pessoas, em torno de uma canoa. Ao lado do grupo, estacionado na areia, havia um fusca com portas e pára-lamas pintados de azul e rosa.
Passamos ao largo do grupo, e apesar de sentirmos uma leve hostilidade por parte deles, seguimos adiante para o mergulho, imaginando que, se fossem pescar, o fariam do lado externo das piscinas naturais.
Qual não foi nossa surpresa quando, ainda durante o mergulho, vimos que a canoa estava navegando em círculos dentro das piscinas, e seus tripulantes lançavam tarrafas na água. Aproveitando a maré baixa, eles pescavam de forma predatória, sem se importar com o tamanho ou a espécie dos peixes, ajudando a comprometer ainda mais o já bastante deteriorado ecossistema dos corais de Taipus ¬– um dos principais incentivos ao turismo da região.
Quando saímos da água, fomos até o grupo que levava a canoa para a areia. Não vi nenhum peixe com mais de um palmo de comprimento na tarrafa enrolada. Apenas pequenos peixinhos coloridos se debatendo. Ao perguntarmos se não era proibido pescar nas piscinas naturais, um dos homens respondeu agressivamente que não, que proibido era mergulhar à noite, espantando os peixes com a luz da lanterna.

Anônimo disse...

Que absurdo....
que tristeza ....
cade o poder público, fiscais, defensores desse espetacular ecossistema, comunidade organizada ?????????????
cadê, cadê ??????
o que se ve então são exploradores e nada mais...gente e mais gente mergulhando, gente e mais gente investindo, construindo, alugando em Taipu.....
até quando ??????????????
será q ainda não se dão conta que os recursos naturais, os peixes, os corais, a vida marinha...se não for preservado, cuidado, daqui a bem pouco não mais vão existir ??????
e os investimentos exploratórios também vão sucumbir !!!!!!!!!!!!!!
será que nem assim se dão conta de se organizarem, pelo menos para manter ativo seus negócios ????????????
NATUREZA ACLAMA POR VIVER !!!!!!!!!!!!!
tomara que dê tempo de salva-la !!!